Após uma enxurrada de críticas da sociedade civil e ambientalistas, o governo do estado desistiu da instalação da maior usina térmica do mundo, empreendimento do Grupo Bertin que seria construído no Complexo de Suape. A termoelétrica avaliada em R$ 2 bilhões vinha gerando impasse por ser movida a óleo combustível, o que a tornaria muito poluente. A informação foi repassada nesta tarde pela assessoria do Palácio do Campo das Princesas pelo Twitter.O negócio foi anunciado com festa em setembro de 2011, por conta da expectativa de se gerar 500 empregos diretos no estado. Mas no fim de março o grupo Bertin ainda não tinha conseguido a licença ambiental para construção, como informou a repórter Mirella Falcão em matéria publicada no início deste mês.
A megausina reuniria, em Pernambuco, cinco térmicas que foram aprovadas em leilões realizados em diferentes estados. Em um dia de atividade dessa megatérmica, seriam queimados 8 mil toneladas de óleo combustível, o que geraria a emissão de 24 mil toneladas de CO2, um dos gases do efeito estufa.
Depois da polêmica, o governo do estado tentou mudar o combustível para gás, mas a demanda de 6 mil metros cúbicos diários é quase seis vezes a atual demanda do estado, 1,1 milhão.
Em entrevista recente, o ambientalista Heitor Scalambrini, que também é professor do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), já desacreditava que o projeto fosse sair do papel. “O estado não precisa dessa usina. Ela é resultado de um modelo equivocado de planejamento baseado em crescimento do PIB acima de 5%. No ano passado, o país cresceu apenas 2,7% e por isso sobraram 6 mil MW”, comentou.
Do Diário de Pernambuco







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