O PT estadual decidiu neste sábado (18) que será criada uma Comissão de Tática Eleitoral para fazer as articulações com a Direção Nacional do partido, e decidir se a legenda lançará ou não candidatura própria ao governo do estado neste ano. Os nomes do grupo serão indicados até a próxima quinta-feira (23), em reunião com o presidente nacional da sigla, deputado estadual Rui Falcão (SP). "Muito boa a reunião do Diretório do PT. Vencemos toda pauta, a maioria c consenso,inclusive a composição da Executiva Estadual", disse pelo Twitter a deputada estadual Teresa Leitão, que preside a legenda em Pernambuco.
A criação de uma comissão pelo Diretório do PT pernambucano ocorre em meio às divergências entre as direções estadual e nacional da legenda. Enquanto a primeira defende candidatura própria ao governo estadual, cujo nome mais cotado é o do deputado federal, João Paulo, ex-prefeito do Recife, a nacional quer uma aliança com o senador Armando Monteiro (PTB-PE), que não esconde a vontade de concorrer ao Palácio do Campo das Princesas.
Ao defender o lançamento de uma candidatura própria, o PT de Pernambuco tem como objetivo reerguer o partido no estado. A legenda passou, em 2012, pela maior crise política de sua história, quando a prévia partidária disputada entre o então prefeito do Recife, João da Costa, e o deputado federal Maurício Rands (hoje no PSB) foi cancelada pela Executiva nacional, tendo em vista as constantes trocas de farpas, com ataques pessoais. Porém, a sigla, que teve como postulante na eleição municipal o senador Humberto Costa (PT-PE), perdeu a disputa após 12 anos à frente da prefeitura.
Diante da possibilidade de o PT lançar candidato próprio, um fator seria prejudicial ao partido: a candidatura do PTB, que também não seria benéfica para os petebistas, pois com dois nomes no páreo (Armando e João Paulo) diminuiriam as chances de a disputa estadual ir para o segundo turno. Também vale ressaltar que o PSB já tem o PSDB na base aliada e, provavelmente, terá o PMDB, que tem o deputado federal Raul Henry (PE) cotado para ser vice do postulante socialista.
Lideranças estaduais do PT, como a deputada Teresa Leitão, querem evitar uma intervenção nacional da legenda para não deixar uma crise política tomar conta do partido. Até porque a prioridade, segundo alguns petistas, é a reeleição da presidente Dilma Rousseff, que terá o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), como um dos seus adversários na disputa pelo Palácio do Planalto. O estado é reduto eleitoral tanto de Campos como da presidente.
O ex-prefeito do Recife João da Costa afirmou que ainda é cedo para dizer se o PT terá ou não postulante ao governo do estado. "Mas o diálogo é fundamental para não ter decisão que não esteja em consonância com o momento que o PT vive", disse o petista.
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