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Especial para o Blog - Os primeiros desbravadores “brancos” que ocuparam as terras denominadas Sítio Bebedor das Queimadas

HISTÓRIAS & CURIOSIDADES DE AGRESTINA

Por Paulo Junior*

            Dentre os numerosos sítios e fazendas fundadas pelo pernambucano capitão Antônio Vieira de Melo, a partir inclusive dos fins do século XVII, na gigantesca SESMARIA ARAROBÁ, ganhariam especial destaque estes a seguir: “(...) BEBEDOR DAS QUEIMADAS, cujo nome foi se alterando através dos anos, para Bebedor, Bebedouro e Agrestina, que o é mantido na atualidade. É do sítio Bebedor das Queimadas, pertencente durante muito tempo a descendentes do capitão Antônio Vieira de Melo, seu fundador, que vem a atual cidade de Agrestina.” (página 166).

             Através do texto de BARBALHO, foi possível traçar o seguinte caminho sobre a sucessão das terras do denominado Sítio Bebedor das Queimadas:

               Antônio Vieira de Melo foi o senhor e proprietário da Sesmaria do Ararobá. As terras onde se localizavam Altinho e Bebedouro foram doadas ao Coronel Cristovão Pinto de Almeida, como dote de casamento, com a jovem Josefa Maria do Ó, filha de Antônio Vieira de Melo.

               Com a morte do Cel. Cristovão Pinto de Almeida e Josefa Maria do Ó, o Sítio Bebedor das Queimadas passou a pertencer a Antônia Teresa de Jesus (1840-1866), irmã de Josefa Maria do Ó, casada com o fazendeiro Simão Rodrigues Duro, possuidor das terras do lugar Caruru.

             Joaquina Rodrigues de Jesus, ou Joaquina Maria de Jesus, proprietária do Sítio Juriti, ao norte da Fazenda do Caruru. Depois da morte de seus pais (Antônia Teresa e Simão Rodrigues), na qualidade de herdeira, passou a ser proprietária do Sítio Bebedor das Queimadas. Joaquina casou-se em 2ªs núpcias com o agricultor altinense João Pereira Bezerra, que através do casamento, tornou-se o senhor do Sítio Bebedor das Queimadas. (página 249).

            Barbalho afirma que as terras do Sítio Bebedor das Queimadas, ficaram em pendência judicial, pertencente a Inácia Teresa de Almeida, e foram vendidas em 04 de fevereiro de 1782, a seu cunhado o alferes João Pereira Bezerra, casado com sua irmã paterna Joaquina Maria de Jesus. (página 287).

MERECE DESTAQUE

         “Do casal José Antônio Alves – Inácia Teresa de Almeida provavelmente descendem os ALVES DA SILVA, os ALVES DO COUTO, os ALVES DE OLIVEIRA, os ALMEIDA MARTINS e os ALVES PIMENTEL, cujas famílias figuram entre as principais do Altinho. Na época do inventário do cel. Cristovão Pinto de Almeida, o referido casal era senhor e possuidor do Sítio Bebedor das Queimadas (depois Bebedouro e atualmente cidade de Agrestina), em cuja propriedade residia e agricultava.” (página 292). Se Barbalho, estiver correto em suas informações, a senhora Inácia Teresa e José Alves foram os primeiros moradores não nativos a ocuparem as terras do solo agrestinense.

           Outro fato que merece nossa atenção, é que desde 1788, em registro da Paróquia de Garanhuns, atesta-se o nome FAZENDA DO BEBEDOR, através de uma certidão de casamento. (página 296), esta data contesta a versão oficial de terra em 1845, onde hoje é Agrestina, era uma pequena fazenda, e que após ser encontrada a imagem de Santo Antônio resolveram os moradores do lugar construir uma capela em honra ao santo que passou a ser o padroeiro do lugar, sendo que a casa de oração já existia desde 1812. Cavalcanti na obra História de Garanhuns, atesta que a casa de oração era dirigida pelo Padre D. Felipe de Leo. 

                Em 1816, conforme consta em registros paroquiais, a casa de oração já estava transformada em Capela do Bebedor, e o padre-capelão D. Felipe de Leo, celebrou a cerimônia. CAVALCANTI atribui ao padre-capelão D. Felipe de Leo a construção da primeira capela bebedourense. Caso proceda a informação o primeiro padre a prestar assistência religiosa no solo Agrestinense, foi D. Felipe de Leo, isso cem anos antes da criação da Paróquia de Santo Antônio.

             Vale destacar a seguinte informação, abordada por Barbalho e relevante para história de nosso município: “Até hoje, apesar das diversas pesquisas levadas a efeito, não se conhecem os verdadeiros construtores da “Capela do Bebedor”, nem se sabe quem instituiu o seu patrimônio” (página 322).

              O registro do nome BEBEDOURO aparece pela primeira vez no ano de 1818, quando a capela estava sendo administrada pelo Padre-capelão Fidelis da Rocha Preto. Barbalho ainda informa que a capela de Bebedouro foi regida em fases distintas pelos seguintes padres-capelães: D. Felipe de Leo, Fidelis da Rocha Preto, Joaquim Pedro de Almeida, José Atanázio de Jesus e Francisco José Rosa Lagoa. A relação dos referidos Padres, corresponde ao período em que a povoação de Bebedouro era eclesiasticamente pertencente ao território de Garanhuns.

         Durante o período em que a Capela de Bebedouro pertenceu a Garanhuns, que cronologicamente corresponde da realização do primeiro casamento, ocorrido provavelmente em 1788, até o ano de 1837 foram celebrados cerca de 180 casamentos. Portanto, percebe-se que a mesma possuía uma boa movimentação religiosa. Após 1837, a capela passou a fazer parte da Freguesia de Nossa Senhora do Ó do Altinho, que na época já era uma povoação com grande movimentação, tendo em vista que estava localizado em uma área privilegiada, no denominado caminho das boiadas que seguia em direção a Garanhuns.


Paulo Junior é gestor escolar, professor e historiador*


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