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PSB e Paulo Câmara não tem intenção de apoiar governo Temer

Foto: Adriano Monteiro
Sob a expectativa de assumir o Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) enfrenta dificuldade para montar uma base aliada consistente no Congresso. Principal interlocutor do gabinete de uma provável transição, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) não está conseguindo amarrar apoios. Na quinta-feira (28), a direção executiva do PSB, partido que conta com 33 deputados federais e sete senadores, se reunirá para definir uma posição sobre uma eventual administração Temer. A maioria do colegiado defende a mesma linha que hoje é majoritária no PSDB: não participar com cargos caso Temer assuma a Presidência. A proposta é apoiada pela maioria da direção da legenda e defendida por dois caciques do partido, o vice-governador de São Paulo, Márcio França, e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

“Uma virtual nova administração precisa ter liberdade para escolher os melhores quadros. É preciso acabar com o toma lá, dá cá”, diz o presidente do PSB, Carlos Siqueira. O discurso oficial do gabinete de transição é que o eventual novo governo terá, de partida, os 367 votos favoráveis ao impedimento de Dilma Rousseff na Câmara, número que viabiliza a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Centrão

Na prática, porém, a “independência orgânica” dos dois maiores partidos de oposição tende a levar Temer para a permanente e desgastante negociação de varejo com partidos como PP, PSD e PR, que compõem o chamado Centrão. “Tem partido que morreu com a Dilma e pode acabar ressuscitando no governo Temer”, diz o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB. Ele defende a licença do partido por tucanos que aceitarem cargos em eventual novo governo. Para não perder o controle sobre suas bancadas, a cúpula do DEM já visitou Temer. Disse que dará apoio congressual ao novo governo, mas exigiu que qualquer conversa aconteça em caráter institucional. “Se ele precisar do apoio de um quadro nosso, a conversa será institucional”, diz o senador José Agripino, presidente do DEM. A lista de prioridades do partido já está definida: os deputados Mendonça Filho (PE), Rodrigo Maia (RJ) e José Carlos Aleluia (BA) e o senador Ronaldo Caiado (GO), aposta do DEM para 2018. Aliados de Temer reconhecem que a proposta de reduzir o número de ministérios é simpática, mas dificultará a montagem da base. A saída será ocupar o segundo escalão, mas isso pode gerar um agenda negativa.

PSDB

Neste final de semana, o senador José Serra (PSDB-SP) usou o seu perfil no Facebook para pressionar seu partido a aderir oficialmente ao provável governo Temer, ao contrário do que vêm afirmando diversos outros líderes da sigla. Segundo Serra, “seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e depois, por questiúnculas e cálculos mesquinhos, lavar as mãos e fugir a suas responsabilidades com o País.” A disputa dentro do principal partido de oposição à gestão de Dilma Rousseff (PT) sobre a adesão ou não ao novo governo, caso a abertura do impeachment da presidente seja aprovado no Senado, está dividindo as lideranças tucanas – ao menos em suas declarações públicas. Nos últimos dias nomes ligados ao presidente nacional da sigla, senador Aécio Neves (MG), e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) defenderam por ora maior distância de Temer. Serra é o tucano mais cotado para assumir um ministério importante – na área econômica, infraestrutura ou Saúde.

Agência Estado

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