As rivalidades de outrora deram espaço as relações cordiais entre os moradores de Agrestina(ex-Bebedouro) e do Altinho.
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Altinho de hoje - Foto: WilPhotos |
Nos fins do século XIX, Bebedouro e Altinho eram povoações pertencentes ao próspero município de Caruaru, naquela época os moradores resolveram promover os trâmites necessários à conquista da autonomia política, tendo êxito, as reivindicações promovidas pelos moradores do Altinho em 1899. Além de ser criado o município do Altinho, a lei estabelecia que as terras da povoação de Bebedouro passariam a integrar as terras do recém-criado município, tal fato gerou descontentamento no povo bebedourense, iniciando-se um período de rivalidades entre os moradores de Altinho e Bebedouro.
Passado alguns anos o Prefeito do Altinho veio a ser o Padre Manoel Zacarias, o qual passou a perseguir os seus adversários políticos entre eles a família Guilherme de Azevedo Lira. Entre as atitudes as quais aguçaram o sentimento de revolta dos moradores do distrito de Bebedouro, foi a mudança da sede do distrito de Bebedouro para o povoado de Barra do Chata, o fechamento da sede da Empresa de Correiros, não conformado ainda com seus atos arbitrários resolveu o dito Padre mudar a feira de Bebedouro do domingo para sexta, deixando os bebedourenses furiosos, fato que incentivou os moradores locais a pegarem em armas para defender os seus interesses. As atitudes do Padre político foram muito mal recebidas pelo povo de Bebedouro. Outro momento no qual a disputa entre as cidades coirmãs acontecia quando a Banda Santa Cecília vinha participar de retretas na vila de Bebedouro, e competia com a Filarmônica Bebedourense, relata-nos BARBALHO (1988) que em uma festa, as bandas citadas competiram durante várias horas, aquela que executasse maior número de músicas sem repeti-las sairia vitoriosa, ganhando a competição a Banda Santa Cecília. Até mesmo os jornais locais retratavam esta rivalidade, vale citarmos os jornais “O Contemporâneo” de Altinho chefiado pelo Padre Zacarias, e o Jornal “O Vigia” de Bebedouro (1903) que tinha como diretor Emídio Couto.
Com certeza existem diversos outros acontecimentos guardados na memória coletiva dos cidadãos e cidadãs dos dois municípios os quais são merecedores de uma pesquisa aprofundada. Porém o objetivo destas linhas que escrevo, são para destacar as relações cordiais que hoje o povo Agrestinense mantêm com o povo bom e acolhedor do Altinho e o sentimento de reciprocidade que o povo de Agrestina tem pelos Altinenses. Essa amizade encontra-se presente nos eventos promovidos pelos municípios, nas relações de amorosidade entre os casais dos filhos de Altineneses com os Agrestinenses, nas relações de verdadeiras amizades que mantemos, na receptividade com a qual o povo Altinense acolhe os Agrestinenses todos os dias no EREM Barros Correia, onde cerca de 100 Agrestinenses se deslocam até Altinho para estudarem no EREM Barros Correia. Com o apoio dos alunos de Altinho, nossos jovens lideram o Grêmio Estudantil do BC, na Gestão 2011, foi liderado pelo Agrestinense, o jovem Erick Marinho e, com sua renúncia o Vice-Presidente o jovem Iago Matheus, dos quais tive a oportunidade de ter sido Professor. Na Gestão iniciada em Março de 2012 o Grêmio passou a ser liderado também por outro Agrestinense, do qual também tive o prazer de ser professor, trata-se do jovem Mikael Soares. Isto enche de orgulho a nós Agrestinenses, e eleva ainda mais nosso preito de gratidão ao povo Altinense, que tem creditado confiança aos seus vizinhos.
Não posso cometer o lapso de esquecer os músicos de Agrestina que vem abrilhantando as conquistas da BMBC (Banda Marcial Barros Correia), entre eles gostaria de mencionar meus diletos amigos e conterrâneos Joalyson e Adeilton Cordeiro.
No que refere-se a contribuição para garantia e oferta de uma educação de qualidade, voltada para a formação crítica dos alunos Altinenses, não poderia esquecer os Professores Agrestinenses que por aqui construíram e constroem história, na Escola José Lins há quase cinco anos atuo como Professor. Outros educadores Agrestinenses também ajudam a construir a história de Altinho no EREM Barros Correia, entre eles os Professores Janduy Antônio, Joel Honório e a Professora Edna Andrade.
Outras curiosidades sobre Bebedourenses-Agrestinenses que ajudaram a construir a história do Altinho é só (Clicar aqui) para conferir.
Terminando este texto parabenizando todos Altinenses pela passagem do aniversário de criação do município, aproveito o ensejo para desejar a este povo bom, ordeiro e acolhedor, um futuro promissor, no qual nós Agrestinenses, estaremos dispostos a continuarmos auxiliando na construção.
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