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Foto: Clemilson Campos |
O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, pediu desculpas na última segunda-feira (27) pelo fato de o banco ter omitido e divulgado informações erradas sobre mudanças no calendário de pagamento do Bolsa Família, centro de boatos no fim de semana retrasado. Ele confirmou que sabia desde a segunda-feira da semana passada que todo o dinheiro do programa tinha sido liberado um dia antes da onda de boatos, na sexta-feira, dia 17, sem aviso prévio.
Falsos rumores de que o programa seria extinto provocaram corrida às agências do banco nos dias 18 e 19, o que resultou em enormes filas e até em depredações. A Caixa sustentava ter liberado o dinheiro só após a confusão. A versão oficial era de que a liberação de todos os pagamentos ocorrera para aplacar o pânico. Hereda atribuiu a autoria da versão a um dos executivos do banco.
O banco mudou de versão na sexta-feira, após o jornal Folha de S.Paulo descobrir que os repasses haviam sido liberados no dia 17. Isso levantou a hipótese de que foi a antecipação do pagamento, e não uma ação deliberada e orquestrada, a causa original da confusão, o que a Caixa nega.
“Eu pedi que levantassem todas as informações para eu poder me posicionar. Se eu fosse a público dizer um pedaço só da história, eu seria irresponsável”, justificou Hereda, sobre não ter refeito a versão inicial do banco logo que soube que ela era errada, ainda na segunda. “Essa imprecisão só se justifica pelo momento que a gente estava vivendo, e eu peço desculpas a todos pelo engano dessa manifestação da gente”,afirmou o presidente da CEF.
Ao explicar a antecipação, Hereda contou que 700 mil famílias tinham mais de um Número de Identificação Social (NIS), usado para definir o dia em que a pessoa recebe o Bolsa Família. O governo então decidiu unificar esses números. A liberação geral, que segundo ele não passou pela cúpula da instituição, ocorreu para impedir que famílias se confundissem. Hereda afirmou ainda que irá ao Congresso, se for convidado para prestar esclarecimentos.
Na segunda, o DEM apresentou pedidos na Câmara para que Hereda e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) sejam convocados para explicar a antecipação do pagamento do Bolsa Família. Já senadores do PSDB encaminharam pedido ao Ministério Público para investigar se dirigentes da Caixa cometeram crimes de improbidade administrativa e falsidade ideológica. Segundo a oposição, está claro que membros da alta administração do banco podem ter contribuído para os boatos, ao liberarem os pagamentos no dia 17 sem prévia explicação.
Fonte: Jornal do Commercio
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